Olá leitores,
Por Lugares Incríveis é a personificação do significado da campanha #SetembroAmarelo. O livro mostra a importância do diálogo, da atenção e da luta contra o bullying. Mostra que, mesmo com um sorriso no rosto, você pode estar um caos por dentro. Experiências traumáticas, não ser aceito pelo mundo em que vive, crescer em um meio conturbado são alguns fatores que podem levar pessoas à depressão, ansiedade ou demais problemas psicológicos. Em casos extremos, pode levá-la a pôr fim à própria vida.
O livro conta a história de 2 jovens, Finch e Violet, que estudam na mesma escola, mas nunca trocaram muitas palavras. Ambos carregavam seus traumas profundos. Violet perdeu sua irmã em um acidente de carro. Finch precisa lidar com os valentões idiotas da escola e a falta de atenção da mãe em casa, separada do troglodita que ele precisa chamar de pai.
Em um momento tenso, eles acabam ajudando um ao outro e em poucos minutos passam a conhecer muito mais o outro do que alguém jamais conheceu. Depois disso, fazem dupla no trabalho de geografia com o objetivo de conhecer mais Indiana, a cidade onde moram, antes de partir para a faculdade.
Finch, um cara intenso e apaixonado, quer conhecer lugares diferentes, lugares com um significado maior que uma nota na escola. Violet se irrita no começo, mas depois entra na onda do “esquisitão”. Um dia na montanha-russa azul , no outro lago de águas cristalinas e nesse passo caminham por grandes distâncias. Violet passa por mudanças drástica ao lado do jovem. Ela deixa de lado seus amigos populares e seu namorado para passar todo o tempo disponível com Finch, fazendo o trabalho de geografia ou descobrindo o mais profundo abismo do jovem.
Durante os passeios, os jovens acabam se apaixonando, envolvendo-se em uma relação que “salva” os dois. Juntos, eles dividem segredos, falavam o que sentem e se algo estivesse errado, achavam no outro a força para lutar e melhorar.
Porém, como nada é para sempre, o casal acaba separando-se da pior forma possível e, querendo ou não, o livro me ganhou assim. Quem lia minhas resenhas no outro blog sabe que, se me fez chorar, ganhou um lugar especial na estante. Não esperava tudo que encontrei nessa narrativa. É um livro realmente apaixonante e envolvente, assim como seus personagens e seu enredo.
A capa comunica-se diretamente com a história, uma metalinguagem de doer o coração. A narrativa é dividida com desenhos que representam o momento e suas 318 páginas apresentam capítulos alternados para Finch e Violet. Cada página, um novo aperto de emoção. Felicidade ao ler as frases do garoto conquistando a jovem, carinho por ver o casal junto, e tristeza profunda com as passagens de menina, Jennifer Niven nos leva lugares incríveis, tanto em Indiana, quando em nossos pensamentos.
E é nesse contexto de #SetembroAmarelo que eu deixo essa resenha, mais um pedaço do meu coração aqui, e peço a todos: FALEM O QUE ESTÃO SENTINDO! Guardar mágoas e tristezas no seu peito não é saudável, vai te deixando pesado e sem fôlego, afogando-se em seus próprios sentimentos.
Passagens favoritas
“[…] Cesane Pavese escreveu: ‘O amor é o grande manifesto; a urgência de ser, de ter alguma importância e, se a morte vier, morrer com valentia, com clamor – em suma, permanecer na memória.’ […] Cesane Pavese não tem nada a ver com dirigir rápido em uma estrada de Indiana, mas entendo a urgência de ser e de ter alguma importância.” pág. 53
“‘Se tudo parecesse e ele continuasse, eu ainda deveria continuar a existir; e se tudo o mais continuasse e ele fosse aniquilado, o universo tornar-se-ia pra mim completamente 
estranho…’” pág. 72; O morro dos ventos uivantes
“Ela batizou a bicicleta de Leroy porque gostava de dizer pros nossos pais: ‘Eu estava por aí, montando no Leroy’ e ‘Vou montar no Leroy um pouco.’” Pág. 79
“Podemos começar devagar. Abrir um documento novo ou pegar uma folha em branco. Será nossa tela. Lembre-se do que Michelangelo disse sobre a escultura estar na pedra… Estava lá desde o início, e sua tarefa era revelá-la. Suas palavras estão aí dentro também.” Pág. 163
“’ […] vamos rodopiar até as cadeiras douradas. […] Lua, não somos agradáveis? Não somos adoráveis sentados aqui juntos…?’” pág. 218; Virginia Woolf
“Rótulos como “bipolar” significam: é por isso que você é assim. Esse é você. Reduzem as pessoas a doenças.” Pág. 231
“’A esperança está em aceitar sua vida como ela se apresenta agora, mudada para sempre. Se puder fazer isso, a paz virá em seguida. Mudada para sempre.’ Estou mudada para sempre.” Pág. 296
Espero que tenham gostado. Acreditem que sempre há uma saída.
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Muitos beijos
C.S.
A Livreira 