Olá leitores,
Como primeira postagem da nova plataforma do blog farei um resumo da Bienal no dia 02/09, última sexta feira.
Ao contrário das minhas experiências anteriores, o número de pessoas no Pavilhão do Anhembi foi muito menor do que eu imaginava. Motivos? Sexta feira pode ter sido um dia vazio ou o número de autores internacionais foi muito menor comparando com os anos anteriores. Esses são os motivos que veem à minha cabeça quando penso na proeza que foi enxergar o piso do espaço e conseguir andar sem ser arrastada. Consegui aproveitar muito mais os estandes e explorar mais cada pedaço.
Os estandes não estavam tão diferentes. O da Intrinseca estava igual ao do ano retrasado, lotado do mesmo jeito também, mas seus lançamentos são tão esperados que relevamos essas coisinhas. Saraiva ocupando um GRANDE espaço, parecendo uma vila. A Companhia das Letras apostou em um pé direito alto com capas acompanhando esse comprimento logo na entrada. Gostei muito de ver que as coleções passadas estavam expostas, como George Orwell e Jorge Amado com aquelas capas maravilhosas. Junto com os clássicos, os lançamentos estavam borbulhando por ali. A livraria Leitura ganhou seu espaço nessa Bienal em um estande com diversos títulos, muitas vezes mais baratos que as próprias editoras. Mas, a dica é sempre visitar as editoras primeiro e ver os preços. Na teoria, o preço nas editoras é sempre menor… na teoria. Uma vantagem para quem procura economizar e quer comprar quadrinhos é procurar aquelas lojas e editoras que vem com o estoque grande. Panini pode ser muito cara pois é recheada com novidades, enquanto a Comix traz quadrinhos e mangás não tão recentes por um preço super acessível. Submarino chegou arrasando com vários títulos e preços maravilhosos. Livros da DarkSide Books, com aquelas capas duras maravilhosas, não eram uma facada. Lojas Americanas também marcou presença com títulos, salgadinhos e doces para facilitar a vida do leitor que passa horas andando e esquece de comer. A Rocco, sempre investindo no seu grande sucesso, Harry Potter, colocou um cenário maravilhoso no seu estande. Um carrinho de levar bagagem entrando na parede da plataforma 9 ¾, além de uma decoração interna remetendo ao universo do livro.
No meio do caminho tinha um caminhão. Isso mesmo, no meio da sua caminhada você vai achar um caminhão com uma pequena escadinha na parte de trás. Quando você entra, dá de cara um com biblioteca linda, cheia de exemplares para você alugar. É a BiblioSesc, campanha para levar a literatura para o interior do país. Ele carrega cerca de 3000 obras, desde os clássicos até aventuras e ficção.
Não é estranho você estar andando pelos corredores e começar a ouvir uma música típica do nordeste e logo no próximo corredor ouvir um monologo ou partes de uma peça de teatro. A Bienal é muito mais que literatura, é cultura em geral. Várias pequenas peças foram encenadas para crianças e curiosos, além de atrações musicais em alguns pontos. Esse ano fizeram uma parceria com o Spotfy, então pudemos ouvir aquela música ao fundo e também parar em alguns lugares específicos equipados com fones de ouvido e telas para escuta-las.
Jogos e brincadeiras interativas sempre estão presentes, mas o que chamou minha atenção foi o grande império Saraiva. No corredor que ligava os dois castelos da livraria foram preparadas atividades para quem estava passando. De um lado a Coquetel montou uma palavra cruzada gigante com vários campos para serem preenchidos. Do outro, o pessoal preparou vários post its para a galera deixar um recado.É um jeito lúdico de aproximar os leitores dos seus produtos e de seu mundo. Ah, não podemos esquecer que eles também levaram um Trono de Ferro para tudo mundo tirar aquela clássica foto.
Uma dica: faça uma lista dos livros que você quer comprar e passe em todos os lugares que possam ter: editora e livrarias. É muita coisa para andar, mas se você tem uma lista, tem objetivos. Complete seus objetivos, economize e depois ande com calma, olhando novas editoras e vendo livros que provavelmente nunca ia reparar.
Uma coisa que eu senti nessa Bienal foi a falta de grandes nomes da literatura internacional. Depois de enfiar 3 grandes autores na Bienal de 2014 e deixar pessoas desesperadas, chorando e revoltadas, nomes de grande relevância nem apareceram. Obviamente que não estou desmerecendo, por exemplo, Jennifer Niven (Por lugares Incríveis), Ava Dellaira (Carta de Amor aos Mortos), Becky Albertalli (Simon vs. a agenda Homo Sapiens) e Mac Barnett (Os dois terríveis), só digo que, na minha visão, Cassandra Clare e Kiera Cass são mais conhecidas e colocar as duas no mesmo dia, tornando a Bienal um inferno na terra, pode mostrar que a quantidade desse ano era menor. Mas então qual foi o grande sucesso da Bienal 2016?
Booktubers. O fenômeno internet atacou o mundo literário com todas as suas garras. Não sou fã, posso achar um gasto de papel desnecessário e uma falta de respeito com escritores sérios, mas uma coisa é certa: crianças estão lendo. Poderiam estar lendo Mauricio de Souza, Ziraldo, Paula Pimenta e Thalita Rebouças? Sim. Mas já que “acham chato”, é melhor que nada. Temos que admitir que o mundo dos livros é feito de épocas. Após o lançamento de Crepúsculo, em 2005, o fenômeno vampiro tomou conta da cabeça das jovens. Em 2011 foi a vez de 50 Tons de Cinza, levando para as prateleiras de todas as livrarias a literatura erótica, que tinha pouca visibilidade. Em 2014, o Jardim Secreto invadiu as prateleiras com seus desenhos bonitos e antiestresse. Espero eu que essa febre passe, mas que deixe uma herança saudável, fazendo crianças terem mais interesse por histórias e diferentes livros. 
Essa Bienal foi muito boa, básica e com tudo que a gente precisava. Atraíram um novo publico com os Youtubers e deixaram os antigos frequentadores de sacolas cheias.
Meu saldo foi:
Guerra do Velho- John Scalzi; Alef
Bela Redenção/ Belo Sacrifício- Jamie McGuire; Versus
Baseado em Fatos Reais- Delphine De Vigan; Intrinseca
O Dia da Morte de Denton Little- Lance Rubin; Intrinseca
O Último Adeus- Cynthia hand; DarkSide Books
Mulheres de Cinzas- Mia Couto; Companhia das Letras
1984- George Orwell; Companhia das Letras
U.S.S- Diego Kerber Peixoto de Carvalho; Scortecci Editora 
Espero que tenham gostado,
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Muitos beijos
C.S.
A Livreira 